terça-feira, 18 de maio de 2010

A prática de Yoga na Gestação: dicas de Tere Puig

Nesta postagem, optei por partilhar com vocês um pouco dos ensinamentos de Tere Puig, que ministra a formação de Yoga para Gestante e Mães com bebês em Barcelona, na Espanha. Ela nos diz:

Na prática do yoga devemos conseguir a realização das posturas sem sobre esforço: “esforça-te sem forçar-te”. Para isso consideramos que devemos adotar posturas intermediárias que facilitem o relaxamento, a flexibilidade e o fortalecimento da musculatura sem nos causar danos.

Durante a gestação se deve aprender a manter a parte interna dos músculos e o solo pélvico relaxados, isto facilitará a dilatação e o momento do parto. Se não se dá atenção ao corpo é fácil que se coloque tensões desnecessárias nestas partes do corpo.

A coluna lombar em geral estará sob tensão devido ao peso do ventre. Isto pode causar dor, adormecimento das extremidades e falta de controle sobre o solo pélvico. Para contrapor esta tendência do corpo a curvar em excesso a lombar, a gestante manterá, sempre que possível, o púbis para cima, como se estivesse aproximando o bebê de sua coluna vertebral. Quando deitada, será importante manter os joelhos flexionados ou colocar uma almofada abaixo dos mesmos, buscando alinhar a coluna vertebral.

Uma atenção especial será dada em não entorpecer a circulação sanguínea. Se a gestante notar formigamento nas extremidades ou pressão na virilha ou joelhos, deverá desfazer a postura e mover as extremidades para reativar a circulação. Para evitar estes problemas, nas aulas de yoga para gestantes não se deve manter posturas por muito tempo ou serão oferecidas posturas dinâmicas. Para as posturas deitada de costas, no último trimestre de gestação é indicado colocar uma almofada abaixo da nádega direita, para mover o útero levemente à esquerda e evitar a pressão sobre a veia cava, o que dificultaria o retorno sanguíneo, essencial para mãe e bebê.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A região pélvica na gestação

A pélvis é formada por quatro ossos: o sacro, que forma a parede posterior do canal pélvico, o ilíaco, dos lados, os ísquios abaixo e o púbis (formado por dois ossos unidos pela articulação Sínfisis do púbis) na frente. Na pélvis se inserem muitos músculos que controlam e permitem movimentos. O músculo Iliopsoas, por exemplo, tem origem na zona lombar da coluna vertebral e se insere nos ossos do quadril e contribui na manutenção do equilíbrio da região pélvica. Está também relacionado ao diafragma e assim à respiração.

O solo pélvico é formado por uma rede de músculos e atravessado por três orifícios: a uretra, a vagina e o ânus. Os músculos do solo pélvico devem sustentar o conteúdo do abdômen, inclusive o útero na gestação. A capa mais interna chama-se diafragma pélvico e a capa externa músculos do períneo.

A natureza criou a pélvis com articulações: a articulação do púbis é capaz de abrir cerca de dois centímetros na gestação; as articulações que unem o sacro e os ilíacos também são capazes de movimento, a articulação entre o sacro e o cóccix permite a retroversão do cóccix. Na gestação, a frouxidão dos músculos e articulações promovida pelos hormônios pode fazer com que o solo pélvico não tenha um tônus adequado ao suporte do peso do útero.

É fundamental então reforçar o solo pélvico, praticando exercícios que mantenham o tônus muscular dessa região, assim como ampliar a flexibilidade articular e muscular da pélvis. Em geral, uma pélvis forte e corretamente articulada contribui para que o parto seja fisiológico.

Cuidar da pélvis interfere diretamente no equilíbrio postural. Ao praticar yoga, a gestante terá a oportunidade de realizar movimentos de anteversão, retroversão, inclinação e rotação da pélvis, movimentos estes que se relacionam diretamente com a coluna vertebral. Ao fazer uma anteversão da pélvis, se acentua a curvatura lombar da coluna vertebral, assim como ao realizar a retroversão, se produz uma flexão e se reduz a concavidade da curva lombar. A inclinação pélvica envolve uma flexão lateral das vértebras dorso-lombares e a rotação da pélvis se relaciona à também à rotação destas mesmas vértebras.

Na prática de yoga, as posturas e movimentos propostos à gestante e que envolvem a pélvis ajudam a desenvolver a consciência corporal desta região. Com uma maior consciência dos músculos do solo pélvico, por exemplo, a gestante aprende a relaxar e soltar estes músculos no momento do parto. No pós-parto, é indicado reiniciar os exercícios de solo pélvico para uma boa recuperação.

O trabalho com a região pélvica pode ser realizado ao longo dos três trimestres da gestação. O que será necessário serão alguns cuidados especiais ao longo do primeiro trimestre, cuidados também necessários no caso de o bebê não estar encaixado corretamente no terceiro trimestre ou em situação de gravidez de risco!

REFERENCIAS

Balaskas, Janet. Yoga, embarazo y nacimiento. 3ª ed. Barcelona: Ed. Kairós, 2008.

Uria, Alex Monasterio. Columna Sana. Badalona: Editorial Paidotribo, 2008.